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O PROPÓSITO DA EDUCAÇÃO

O Propósito da Educação
Mark R. Rushdoony
Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto1




O homem não é primariamente um ser racional; ele é uma criatura de fé. Seu raciocínio é baseado no que ele crê ou assume ser verdadeiro. O motivo disso é que o homem é uma criatura. Seu ser e estrutura de pensamento são derivativos, não criativos.

O homem não cria nada.

O homem se encontra como residente temporário no mundo de Deus, governado pela lei de Deus. A rebelião do homem não muda quem ele é, quem Deus é, ou a ordem do Seu universo.

A rebelião do homem distorce todo o seu entendimento do mundo.

Quando os homens começam a crer na mentira de Satanás que eles podem “ser como deuses, conhecendo o bem e o mal” (Gn. 3:5), eles assumem todos os assuntos como prerrogativa sua: ética, ciência, religião e tudo o mais.

Uma vez que o homem baseia seu raciocínio na fé de sua própria versão da verdade, então ele tenta aplicar sua nova verdade universalmente.

Toda fé se dirige a uma aplicação universal. Se algo é verdadeiro, segue-se que outras coisas não são verdadeiras.

Na educação pública vemos o humanismo predominante excluindo todas as expressões cristãs; uma visão da verdade deve logicamente excluir todas as outras.

Para o homem em rebelião contra Deus, o mundo é uma massa de dados que precisa ser interpretado.

Por muito tempo o homem tem buscado uma idéia pela qual possa interpretar o mundo, algum princípio mestre que possa aplicar à realidade. Mas como um pecador, o homem tende a preferir uma forma de interpretar os fatos que sirva aos seus propósitos.

O grande princípio mestre desde Darwin tem sido a evolução. É a estrutura que sustenta todo o pensamento moderno. É de valor para o homem, não porque faça sentido, mas porque permite sua fé em si mesmo: permite que o homem justifique intelectualmente o que quer crer.

Foi por isso que Marx e Engels ficaram eufóricos quando Darwin publicou pela primeira vez seu Origem das Espécies; seu naturalismo significa que a história tem que ser interpretada em termos materiais.

Olhemos agora para o escopo do que a Palavra de Deus abrange. A Bíblia nos dá o princípio do universo, seu fim, sua lei moral, e o acesso do homem ao Soberano deste universo. Ao fazê-lo, ela dá a direção da história, a base da ciência na ordem e no ato criativo de Deus, e um entendimento completo de como o homem deve ver o mundo e atuar nele, tanto em seu chamado como na vida pessoal. A Bíblia dá uma visão muito grande e bem ampla de toda a história humana e, além disso, força o homem a encarar sua vida pessoal e ações, incluindo os pensamentos do seu coração.

Ela diz ao homem qual é o seu lugar no quadro geral. A Bíblia dá uma quantidade surpreendente de informação, considerando o seu tamanho.

A educação cristã é dirigida pelo quadro geral da Bíblia e sua relevância para o indivíduo. Ela aborda o que a criação, salvação e redenção de Deus significam para a história humana, mas também para a cultura do homem, sua família e sua responsabilidade pessoal. Educação em termos da Palavra de Deus aponta para a misericórdia de Deus e o chamado do homem em termos do seu dever de servir fielmente ao Senhor.

A educação cristã não busca um princípio mestre, pois ela serve ao Mestre. Ela não segue os princípios do Mestre, mas Sua eterna lei-palavra. Ela não serve a alguma idéia grandiosa sobre Deus, mas ao Deus soberano e, todavia, muito pessoal que se revela em Sua Palavra. Para o cristão que serve a Deus como uma pessoa, não uma idéia, e que se submete à Sua Palavra como lei, não como um princípio, a realidade é entendida como centrada no trono de Deus.

Os pecadores amam seguir idéias e princípios. Idéias são necessariamente produtos e desenvolvimentos da mente dos homens. Elas são aplicadas de várias formas, modeladas a diferentes situações, debatidas e alteradas segundo decreta a sabedoria humana coletiva. Eventualmente idéias podem ser descartadas se os homens consideram que já não são de utilidade. Da mesma forma princípios, ainda que conceitualmente mais duradouros, também estão sujeitos a múltiplas aplicações e qualificações do homem. Idéias não são absolutas como o é a revelação do Criador e Sustentador do universo.

Princípios não são mandamentos eternos de Deus.

O propósito da educação cristã é remover todas as pretensões conceituais da soberania do homem e dirigir o estudante (de qualquer idade) a Deus como a fonte de todo entendimento. O homem então é instruído a se submeter a Deus como Senhor, não a regulá-lo por meio de idéias controladas pela razão do homem, ou princípios aplicados seletivamente ao critério do homem.


Além disso, quando olhamos para Deus como a fonte de toda realidade, devemos ver todos os Seus atributos e dons conjuntamente. Se tomamos um ou alguns atributos de Deus que preferimos, e os isolamos, criamos um Deus abstrato, um que é separado do Deus da Escritura.

Quando a Escritura diz “Deus é amor”, isso não significa que o homem pode tomar sua idéia artificial, emocional e romantizada de amor e subordinar Deus a ela. Isso seria fazer desse deus artificial um ídolo. Antes, “Deus é amor” significa que o homem entende o que é o amor: ele conforma sua idéia de amor à revelação de Deus na Escritura. “Deus é amor” nos dirige em nosso entendimento de “amor”, não em nossa definição de Deus.

Isso significa que o amor de Deus de forma alguma impede o Seu juízo, assim
como a graça de Deus nunca exclui a Sua justiça. Não podemos separar idéias nem atributos individuais de Deus e chamá-los de Deus, nem podemos extrair
princípios e chamá-los de mandamentos.

Somos chamados a submeter nós mesmos, nossos pensamentos, nossas famílias, nossos chamados e nossas vidas a tudo o que Deus é. Nós nos submetemos ao Deus da Escritura, não ao deus limitado que conceitualizamos. Esse é o nosso chamado como o povo de Deus e o propósito de toda educação.
A paz de Cristo.

Sobre o autor: Rev. Mark R. Rushdoony é presidente da
Chalcedon e da Ross House Books. É também editor-chefe da
Faith for All of Life e outras
Texto também publicado em http://www.monergismo.com/
Reflexão:
1. Carlos come todos os dias acompanhado de Márcia um pouco mais cedo. Paulo come vinte minutos depois e fica só porque Carlos e Márcia comem mais cedo. Os três pertencem ao mesmo setor. Ao ver Paulo passar todos os dias, Carlos dá um sorriso por saber que ele comerá na mesa só. O que se pode dizer sobre a atitude de Carlos?
2. Ricardo não gosta de crentes. Acredita que todos eles são hipócritas como os fariseus dos tempos de Jesus. Ricardo não perde um jogo de seu time de coração, o Flamengo. Faz gracinhas com todos os amigos quando seu time ganha. Quando perde, Ricardo se torna humilde e faz cara de coitadinho. O que está errado na atitude de Ricardo? Qual é a prioridade em seu coração?
3. Henrique ama a Gisele. É capaz de deixar de ir trabalhar se Gisele apresentar um simples resfriado. Por Gisele, Ricardo se afastou de amigos, pai e mãe. Freqüenta hoje mais a casa dos pais de Gisele do que a casa de seus próprios pais e não vê ou fala com sua mãe há quase dois anos. O que está errado na atitude de Ricardo?

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