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O BEZERRO DE OURO EM NOSSO LOCAL DE TRABALHO

Mas vendo o povo que Moisés tardava em descer do monte, acercou-se de Arão,
e disse-lhe: Levanta-te, faze-nos deuses, que vão adiante de nós; porque quanto a este Moisés, o homem que nos tirou da terra do Egito, não sabemos o que lhe sucedeu.
E Arão lhes disse: Arrancai os pendentes de ouro, que estão nas orelhas

de vossas mulheres, e de vossos filhos, e de vossas filhas, e trazei-mos.
Então todo o povo arrancou os pendentes de ouro, que estavam nas

suas orelhas, e os trouxeram a Arão.
E ele os tomou das suas mãos, e trabalhou o ouro com um buril, e fez dele um bezerro de fundição. Então disseram: Este é teu deus, ó Israel, que te tirou da terra

do Egito. Êxodo 32:1-4


Trêz mil anos se passaram e parece que nada mudou.

Pense um pouco sobre os locais de trabalho de hoje em dia.

Diante de quem ou de quê nos prostramos no meio da multidão? O que influencia as muitas decisões que tomamos a cada dia de trabalho? O que determina o quanto nos esforçamos? Quem determina as regras segundo as quais interagimos com os colegas de trabalho e com os clientes? Em geral, o que é que dita nossa atitude e comportamento no trabalho?

Para algumas pessoas, dinheiro, poder e status são as motivações principais.

Subir na vida e receber o suficiente para viver bem são essenciais. Para algumas pessoas, ser aceito e admirado pelo grupo é o que mais importa. Popularidade, aceitação pessoal e respeito são as respostas às perguntas acima. Alguns vêem o trabalho como um mal necessário e se empenham em fazer o mínimo que lhes for possível. Eles se contentam em fazer um trabalho medíocre com o intuito de, nada mais, nada menos, manterem-se empregados e receberem um salário até que finalmente chegue o momento de se aposentarem.

Há, sem dúvida alguma, outras motivações no que diz respeito ao trabalho, e se algumas das suas não foram mencionadas, acrescente-as mentalmente à lista.

Agora pare um pouco e analise comigo alguns fatores.

Quando pensamos em nossa vida profissional, onde está Deus?
Ele está ainda na igreja?
Ele é revistado na entrada da empresa quando entramos?
Ele está numa caixa de onde nós o tiramos apenas quando estamos em crise?

Para ser mais direto, por que, para o cristão, "Deus" não é a resposta para cada uma das perguntas citadas acima em relação ao trabalho?

Eu sugiro duas principais razões para isso - uma para o cristão somente de nome e outra para o cristão mais amadurecido.

Para começar, muitos cristãos desavisados simplesmente ainda não se deram conta de que Deus quer ser o centro de tudo o que fazemos no trabalho.

Não lhes foi ensinado que ser cristão é muito mais do que "tratar os outros como gostaria de ser tratado". Eles não ouviram falar que Deus tem um plano para o nosso dia-a-dia no trabalho e que Ele estabeleceu princípios para nos guiar em nossa vida profissional.

Para muitos cristãos, esse conceito é novidade.

Mas e para nós que já estamos familiarizados com esses princípios? Por que insistimos em não deixar Deus participar ativamente em nossas vidas profissionais? O que muitos dos cristãos adultos a quem tive o prazer de lecionar sugerem é que a resposta é das mais antigas. Para parafraseá-los, muitos dizem coisas do tipo:

"Não sei bem o que aconteceu. Eu realmente tentei viver minha fé, no trabalho, especialmente na minha juventude, na época das grandes idealizações, mas creio que o local de trabalho muda você. Você é moldado por ele. Você acaba por se conformar às regras segundo as quais todos jogam."

Leia novamente o comentário acima.

Não deixe escapar a mensagem implícita. Sem saber, eles estão basicamente tendo a mesma reação de Arão. "Eu mergulhei na fornalha do trabalho e simplesmente apareceram essas novas prioridades!"

Aconteceu do nada.

Alguns dos meus alunos cristãos culparam não a cultura empresariam, e sim, seus chefes. Sua perspectiva gira em torno do seguinte:

"Hoje em dia você tem de se espelhar em quem é o melhor. Não achei que fosse assim, mas depois de apanhar algumas vezes, fiquei mais esperto. Os altos escalões estão sempre buscando meios de fazer você trabalhar mais pela mesma quantia. Bem, eu só faço aquilo que sou pago para fazer."

Eu me joguei no fogo cruzado do trabalho e simplesmente passei a me preocupar com os meus direitos!

Da mesma forma, um grande número de gerentes cristãos que já aconselhei acusa o treinamento pessoal que receberam e suas aspirações de crescimento como culpados pelas atitudes que têm no trabalho. "A abordagem que nos ensinam na faculdade de administração é muito persuasiva", eles dizem. "Nós dirigimos uma empresa e não uma instituição de caridade. Eu gostaria de poder oferecer mais às pessoas, mas num mundo de orçamentos apertados e competição global, temos que tratá-las como mais um 'fator de produção'.

Faz parte dos interesses do acionista e do dono da empresa. Além do mais, se ficam sabendo por aí que suas decisões são influenciadas por valores pessoais, pode ter certeza de que é o início de sua decadência profissional."

Eu me joguei no fogo cruzado do curso de administração de empresas e tornei-me um empresário racional e calculista quanto aos objetivos e metas a serem atingidos em minha carreira profissional!

(...)

O denominador comum em todos os nossos desejos é que nós, cristãos (às vezes de propósito, às vezes inconscientemente), com freqüência culpamos nosso ambiente profissional por nosso comportamento.

As palavras de Arão a Moisés ecoam pelos séculos.

"Não é minha culpa", é a resposta que muitos de nós diríamos se fôssemos colocados contra a parede. "Esse meu bezerro de ouro - essa obsessão por dinheiro, por sucesso, por uma reputação, pelos meus direitos - aparentemente surgiu do nada. Antes que eu percebesse o que estava acontecendo, ele já estava fazendo parte da minha vida!"

Pode até ser verdade, mas é irônico.

Esses nossos bezerros de ouro existem porque acreditamos que eles nos farão felizes. Pensamos que mais dinheiro, mais respeito, um escritório maior, um novo título e menos horas de trabalho resultarão em um nível maior de realização.

Pode até ser que nos sintamos mais realizados profissionalmente.

No entanto, a ironia toda para o cristão consiste no fato de que a busca por essas coisas pode, por fim, tornar-se o primeiro obstáculo que o impedirá de encontrar o verdadeiro propósito no trabalho e de obter uma realização genuína e duradoura.

Em outras palavras, essa busca pode de fato nos impedir de fazer aquilo que realmente importa para Deus - espelhar a vida de Cristo no trabalho - porque essas coisas substituem uma vida centrada em Deus.

Por outro lado, a visão do Novo Testamento quanto a espelhar a vida de Cristo no trabalho começa por identificar e dar um fim a seu bezerro de ouro - elucidando a dando cabo de tudo aquilo que tem influenciado seu comportamento - e substituí-lo por Deus.


Um bezerro de ouro pode facilmente tornar-se o primeiro obstáculo a uma vida que espelhe Cristo no ambiente profissional.


A paz de Cristo.

FÉ NO TRABALHO - Michael Zigarelli
PP. 20-24

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