"O que posso dizer?
Ele falou comigo e agiu!
Seguirei com humildade todos os anos,
lembrando quão amargo fui.
Adonai, os povos vivem por essas coisas:
e todas elas são a vida do meu espírito.
Tu restauras minha saúde e me dás vida -
ainda que, em lugar de paz, eu sinta muita amargura.
Tu desejaste minha vida e a preservaste
da cova da inexistência;
pois lançaste todos os meus pecados para trás de ti.
O sh'ol não te pode agradecer, a morte não te pode louvar;
os que descem à cova não podem esperar pela tua verdade.
Os vivos, os vivos podem te agradecer,
como o faço hoje;
pais farão conhecidas aos filhos
tua fidelidade". Isaías 38:15-19 (BJC)
Suportar a dor do jeito que agrada a Deus produz o
abandono do pecado e a volta para Deus que conduz à salvação;
não há remorso nisso! Mas suportar a dor da forma do mundo
produz apenas morte. 2 Coríntios 7:10 (BJC)
O rei Ezequias é lembrado por ser temente a Deus e pelas coisas incríveis que aconteceram durante o seu reinado. Em seu tempo o povo de Jerusalém vivia em grande prosperidade, e Isaías conviveu com o rei Ezequias orientando-o segundo a vontade de Deus.
Em meio a sua prosperidade o rei Ezequias lidou com as ameças de guerra de Senaqueribe, o grande rei da Assíria. Jerusalém viu várias cidades-estado serem tomadas pelo rei da Assíria e dizimadas. Finalmente, Senaqueribe se voltou para Jerusalém com o intuito de destruí-la e humilhá-la.
O comportamento do rei Ezequias é digno de um fiel adorador de Adonai. O rei implorou aos pés do SENHOR com a carta enviada por Senaqueribe em suas mãos (Isaías 37:14).
Adonai ouviu as orações do rei Ezequias. O grande exército da Assíria foi ferido por um anjo e 185 mil deles morreram em um só dia (Isaías 37:36). Diante de Jerusalém, a casa que Adonai escolheu para representar o Seu nome na terra.
As histórias do rei Ezequias são magnifícas. Há pelo menos duas intervenções grandiosas de Adonai dentro delas.
Mas o comportamento deste rei não parece de todo correto.
Após a grande derrota da Assíria vinda da parte de Adonai, o rei Ezequias parece ter se ensoberbecido de algum modo: tratado maus seus serviçais, os súditos, ou dito palavras que devem ter desagradado a Adonai que o feriu com uma doença mortal. Ou comemorado com muito êxtase a queda da Assíria tomando para si tal feito, o que muitos povos devem ter ouvido, inclusive a Assíria que pode ter arquitetado por isto sua morte.
Seres humanos mesmo diante de grandes milagres podem se tornar pessoas mesquinhas, más e até mesmo se acharem deuses responsáveis pelos atos que ocorreram. Quem sabe o coração de Ezequias deve ter pensando que sem suas orações nada teria acontecido deixando de dar a glória devida ao grande rei de Israel, o SENHOR.
O profeta Isaías vai a presença do rei e anuncia sua morte. E mais uma vez o grande rei adora ao SENHOR, e como suas orações são bem-quistas por Deus! Mais uma vez, Adonai atende ao rei e concede a ele mais quinze anos de vida.
O salmo do rei Ezequias foi transcrito no livro do profeta Isaías. Suas palavras são maravilhosas, é uma grande oração de louvor ao Deus de Israel! Como descendente direto de Davi é gratificante saber que ainda existia um rei adorador de Adonai capaz de compor belos Salmos, como Davi e como Salomão. Por isto o povo de Israel deveria ser grato durante sua vida e pela presença de Adonai em Seus caminhos.
"Seguirei com humildade todos os anos, lembrando quão amargo fui". O rei Ezequias alcançou a maturidade para perceber os seus erros e glorificou a Deus por isto. Quem sabe o SENHOR amasse este rei, mas ele tinha o anseio de se provar como rei e ser grandioso, e suas atitudes no mundo talvez demonstrassem isto. Ezequias parecia querer ser grande como o foram Davi e Salomão. ADONAI podia ver o coração do grande rei e o amava apesar de todos os seus erros.
"Tu restauras minha saúde e me dás vida - ainda que, em lugar de paz, eu sinta muita amargura". Nâo fica claro porque o rei se sentia amargurado. Talvez a derrota que Adonai impôs a Assíria sem batalha e sem que o exército de israel movesse um dedo não tenha posto á prova o rei em batalha e seus súditos estivessem dizendo muitas coisas. Jerusalém foi poupada durante a existência do grande império Assírio por um tempo. O rei teria paz por muitos anos.
Mas a trama da história parece clara aos nossos olhos. Senaqueribe é morto por seus dois filhos que fogem em direção a Babilônia (Isaías 37:38). A terra de Ararat é exatamente onde a Babilônia se erguerá nos próximos anos! Os filhos de Senaqueribe queriam ainda saber o que ocorrera, como foram derrotados. Talvez a doença de Ezequias tenha sido uma trama de assassinato orquestrada pelos assírios - sabemos somente que o rei caiu doente, não sabemos se por seus pecados ou por vontade divina.
Ezequias mostra tudo aos babilônios. Conta também de Sua história. Ele se exalta mais uma vez e esquece de ser "humilde todos os anos", como cantara em seu salmo.
A subsequente advertência de Isaías revela um pouco do coração do rei de Jerusalém. Ele se alegra por ter paz no restante de sua vida e pouco se importa com o futuro de seu povo.
Apenas o SENHOR parece ter a PACIÊNCIA necessária para esperar por dias melhores ao longo dos anos. Ezequias parece um rei cansado em sua corte e com a política, os ricos e os súditos de seu reino. Quantos de seus súditos e políticos não receberam dinheiro da Assíria para dar informações sobre Jerusalém e como invadi-la? A vinda de uma delegação da Babilônia parece somente indicar que esses canais continuariam a existir ao longo dos próximos anos e que as famílias dos apoiadores continuariam a receber dinheiro para ter influência e poder para prejudicar seu próprio país. De um modo ou de outro as tramas que levariam a queda de Jerusalém ainda continuariam sendo alimentadas e o rei Ezequias não fez nada ou não se dispôs a tomar qualquer medida a este respeito.
A vontade divina sobre o futuro de Jerusalém estão descritas no livro do profeta Isaías.
A dor que trazemos conosco pode nos conduzir à morte porque nosso coração mesmo que ame ao SENHOR ainda é carnal, ainda comete pecados, ainda falha miseravelmente contra Deus.
E Ele sabe disto.
Graça e Paz.
Por
Manoel Leonardo Metelis Florindo
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