A manchete do Jornal Manaus Hoje de segunda-feira trazia os dizeres “Manaus na Lista Negra” no subtítulo.
Acima em letras vermelhas lia-se no destaque “Violência no Trânsito”.
A manchete destacava que mesmo depois que a Lei Seca entrou em vigor em todo o território nacional, o número de mortes por acidente de trânsito aumentou na cidade, segundo dados do Ministério da Saúde. “A diretora do Detran/AM, Mônica Melo, estranha a informação e afirma que os acidentes estão caindo, diz ainda a reportagem”.
Voltemos um pouco no tempo em Manaus. A pouco mais ou pouco menos de dois anos uma jovem bêbada assassinou duas jovens que esperavam um ônibus em uma parada de trânsito em uma madrugada de Manaus. A moça pagou fiança, os pais da estudante tiveram destaque para falar da filha querida... E o que mais foi feito?
Meses depois, um jovem juiz adentrou de madrugada uma loja de conveniências em um posto de gasolina com amigos. Uma discussão aconteceu e o jovem juiz destruiu o estabelecimento. Descobriu-se depois que o mesmo trabalhava em um dos municípios do estado. E o que mais foi feito a respeito?
E há algumas semanas Manaus está sem um corujinha para segurar o trânsito da cidade. Todos foram removidos. Não há registro de velocidade em vias perigosas, como a Torquato Tapajós. O que me recorda um dos diretores da última empresa onde trabalhei. Ao contornar a Torquato Tapajós, na altura da entrada da Cidade Nova, esse diretor sempre levava uma multa por ultrapassar o limite de 60 km/h. Se tratava de um estrageiro. Ao ser questionado na empresa porque sempre fazia isso a resposta era que “ele não tinha tempo a perder com um limite de velocidade”.
Esse parece ser um mal de nosso tempo. Não podemos perder tempo com as leis de trânsito. E assim todo o nosso sistema legal pode ser desrespeitado. Os estudantes não sofrem punição por seus atos. Jovens juízes estudaram muitos anos para aprender que “são a lei” e merecem respeito, podendo fazer tudo o que quiserem. Afinal, quantas vezes um juiz ou advogado em nosso estado sofreu com uma multa de trânsito, abrindo um processo para a retirada dos corujinhas da cidade?
Mantemos uma mentalidade tacanha e ultrapassada de que estudamos para burlar leis e de que as leis existem mas não se aplicam a nós.
Talvez um dia um país ou estado com mais consciência promova uma emenda a Constituição ou às leis do Estado onde mora, com os seguintes termos:
Parágrafo 1: “Nenhum servidor público, federal ou municipal poderá abrir processo contra o estado e o governo para revogar um crime que tenha cometido de algum tipo, seja no regime legislativo ou judiciário. O pagamento de multas, de prejuízos causados a órgãos públicos e jurídicos deve ser assumido pelo servidor quando o mesmo se tornar um infrator. Se o referido insistir nesse assunto, deverá ser exonerado de seu cargo, por ir contra as leis do Estado e da União.”
Por que afinal de contas, devemos todos arcar com os nossos erros e não criar desculpas para tentar apagar os mesmos. Em dezesseis anos de prosperidade de nosso país, não conseguimos melhorar nossa saúde, nosso ensino, nossa própria justiça pessoal e social, e Manaus parece ser uma prova cabal disso. Afinal, que estado mantêm uma Câmara paternalista? A grande piada é que até playground a Câmera possui para as crianças, basta atravessar a rua...
Manaus necessita de mais seriedade com suas leis e de pais mais responsáveis com o cumprimento das mesmas. Já deveríamos passar da fase de passar a mão na cabeça de filhos violentos e que sequer ligam para avisar das crianças em cada esquina fazendo malabarismos em troca de alguns trocados. Ninguém diz nada a respeito e até a lei acerca do trabalho infantil é desrespeitada!
E que sociedade sobrevive em meio a tanto ostracismo?
Atenciosamente,
Leonardo Metelis
Acima em letras vermelhas lia-se no destaque “Violência no Trânsito”.
A manchete destacava que mesmo depois que a Lei Seca entrou em vigor em todo o território nacional, o número de mortes por acidente de trânsito aumentou na cidade, segundo dados do Ministério da Saúde. “A diretora do Detran/AM, Mônica Melo, estranha a informação e afirma que os acidentes estão caindo, diz ainda a reportagem”.
Voltemos um pouco no tempo em Manaus. A pouco mais ou pouco menos de dois anos uma jovem bêbada assassinou duas jovens que esperavam um ônibus em uma parada de trânsito em uma madrugada de Manaus. A moça pagou fiança, os pais da estudante tiveram destaque para falar da filha querida... E o que mais foi feito?
Meses depois, um jovem juiz adentrou de madrugada uma loja de conveniências em um posto de gasolina com amigos. Uma discussão aconteceu e o jovem juiz destruiu o estabelecimento. Descobriu-se depois que o mesmo trabalhava em um dos municípios do estado. E o que mais foi feito a respeito?
E há algumas semanas Manaus está sem um corujinha para segurar o trânsito da cidade. Todos foram removidos. Não há registro de velocidade em vias perigosas, como a Torquato Tapajós. O que me recorda um dos diretores da última empresa onde trabalhei. Ao contornar a Torquato Tapajós, na altura da entrada da Cidade Nova, esse diretor sempre levava uma multa por ultrapassar o limite de 60 km/h. Se tratava de um estrageiro. Ao ser questionado na empresa porque sempre fazia isso a resposta era que “ele não tinha tempo a perder com um limite de velocidade”.
Esse parece ser um mal de nosso tempo. Não podemos perder tempo com as leis de trânsito. E assim todo o nosso sistema legal pode ser desrespeitado. Os estudantes não sofrem punição por seus atos. Jovens juízes estudaram muitos anos para aprender que “são a lei” e merecem respeito, podendo fazer tudo o que quiserem. Afinal, quantas vezes um juiz ou advogado em nosso estado sofreu com uma multa de trânsito, abrindo um processo para a retirada dos corujinhas da cidade?
Mantemos uma mentalidade tacanha e ultrapassada de que estudamos para burlar leis e de que as leis existem mas não se aplicam a nós.
Talvez um dia um país ou estado com mais consciência promova uma emenda a Constituição ou às leis do Estado onde mora, com os seguintes termos:
Parágrafo 1: “Nenhum servidor público, federal ou municipal poderá abrir processo contra o estado e o governo para revogar um crime que tenha cometido de algum tipo, seja no regime legislativo ou judiciário. O pagamento de multas, de prejuízos causados a órgãos públicos e jurídicos deve ser assumido pelo servidor quando o mesmo se tornar um infrator. Se o referido insistir nesse assunto, deverá ser exonerado de seu cargo, por ir contra as leis do Estado e da União.”
Por que afinal de contas, devemos todos arcar com os nossos erros e não criar desculpas para tentar apagar os mesmos. Em dezesseis anos de prosperidade de nosso país, não conseguimos melhorar nossa saúde, nosso ensino, nossa própria justiça pessoal e social, e Manaus parece ser uma prova cabal disso. Afinal, que estado mantêm uma Câmara paternalista? A grande piada é que até playground a Câmera possui para as crianças, basta atravessar a rua...
Manaus necessita de mais seriedade com suas leis e de pais mais responsáveis com o cumprimento das mesmas. Já deveríamos passar da fase de passar a mão na cabeça de filhos violentos e que sequer ligam para avisar das crianças em cada esquina fazendo malabarismos em troca de alguns trocados. Ninguém diz nada a respeito e até a lei acerca do trabalho infantil é desrespeitada!
E que sociedade sobrevive em meio a tanto ostracismo?
Atenciosamente,
Leonardo Metelis
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